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No primeiro ano do Ensino Médio eu tive que fazer um trabalho sobre uma personagem histórica que me inspirava. Depois de muita pesquisa, mas muita pesquisa mesmo, escolhi a Thatcher. Anos e anos depois saiu o filme sobre ela. E como eu odiei aquele filme! Chato e sem vida. 
Eu já perguntei a opinião do Professor de História sobre ela e a resposta dele foi simplesmente uma das mais fantásticas que eu já escutei: ele disse que se a memória dele não falhava, ele não se lembra de tê-la visto no último filme dos Vingadores ou em qualquer outro filme da Marvel ou da DC Comics, portanto ela não era nenhuma heroína ou vilã. Cara, quando ele morrer vou colocar isso na lápide dele. Sério, fantástico. 
O que eu quero dizer com essa história toda é que todos nós temos uma mania ridícula de querer classificar as pessoas, como se fossemos produtos "estragados" "prontos para o consumo" e etc e tal. 
Acho que sou uma pessoa um pouco, para não dizer bastante, peculiar e por isso sempre fui rotulada. Especialmente depois que minha mãe morreu. Crianças podem ser cruéis. Comentários como "aquela menina que a mãe morreu" "aquela menina que não tem mãe", mas pior ainda era escutar das outras mães "trate aquela menina bem, ela não tem mãe" eu tinha vontade de socar aquelas pessoas.
Com o tempo isso foi passando e foi surgindo novos motivos para que me rotulassem, mas eu parei de ligar. É engraçado o fato de que quando paramos de ligar para as coisas como elas tornam-se pequenas. Hoje se alguém me rotular eu vou mandar a pessoa para aquele lugar. De verdade e sem medo de ser feliz. 
Eu posso parecer meio descontrolada ou até mesmo um pouco louca, mas eu tenho um bom coração. Eu gosto de animais e evito matar insetos, mesmo que esses insetos sejam baratas.
Eu acho que todos nós podemos ser personagens históricos, desde que nós façamos nossa própria história. Desde que nós sejamos os narradores das nossas vidas. Eu quero ser a narradora não só dessa história que conto para vocês, mas sim de todas as outras. Daquelas que vivo, daquelas que observo. Será que é pedir demais?

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