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Ela estava terminando de se arrumar. Encarava o espelho de forma precisa enquanto suas mãos mexiam freneticamente nas maquiagens que estavam espalhados pela pia, então ela decidiu que estava pronta. Respirou fundo e caminhou com destreza se equilibrando sobre um salto fino em direção a sala. Pegou a carteira preta que a esperava na mesa da sala, deu uma última olhada em outro espelho, respirou fundo e decidiu partir.

O caminho estava tranquilo, a noite era iluminada, as estrelas compartilhavam seu brilho com os terrestres e ela sentiu-se particularmente um bocado sortuda por ter chance de admirar tamanha beleza. Já se passava das dez, então não havia muitas pessoas na rua. Ao contrário de cidades grandes como Nova York e São Paulo, a cidade dela dormia e dormia muito cedo na opinião dela. Enfim chegou ao lugar da festa. Conferiu no convite se não havia chegado ao lugar errado mas não, estava no lugar certo. 
O lugar era branco, grande, cercado com um belo jardim na frente e um pequeno lago a esquerda da enorme escadaria que era a responsável por levar as pessoas à sua entrada. Havia um tapete vermelho no meio. Com certa hesitação, ela respirou fundo e tratou cumprir o desafio que estava a sua frente com maestria. Subiu as escadas e parou na porta. Será que ela deveria entrar? 
Antes que ela tivesse a oportunidade de voltar para casa, um funcionário do salão tratou de abrir a porta para ela., gesto que foi agradecido por ela com um largo sorriso.
Então ela parou. Sentiu como se todos os olhares do salão fossem para ela, o seu vestido vestido era branco, feito de paetê por toda sua não muito longa extensão. Caminhou em direção ao lugar que ela sentia que a esperava, a pista de dança. Havia poucas pessoas por lá, mas ela não se intimidou, foi lá mesmo assim. Arriscou pequenos passos até a hora que lhe foi servido um drink, outro gestou que foi bem recebido pela dama, que como sua marca registrada, agradeceu com um sorriso.  Mas de repente a música foi se acalmando e a pista foi enchendo, era a hora da valsa. Tentou escapar a todo custo mas não lhe foi possível,  sentiu duas mãos grandes a segurarem pela cintura.
Era ele. Só de lembrar dele seu coração já batia mais rápido. Ele tirou a taça da sua mão e a colocou sobre uma bandeja que por ali passava. Ele sorriu. Ela sentiu suas pernas tremerem e sentiu sua respiração ficar mais rápida, então a música começou, a sua favorita. 
Bela E A Fera. Era essa era a música que inundava o salão e fazia o nobre cavalheiro loiro dos olhos azuis a conduzir tão bem. Nada se falava, apenas sorrisos e olhares eram trocados. Quando a música acabou, sorriu para ela e ela balançou a cabeça em sinal de agradecimento e decidiu partir. Porém o rapaz não deixou. Segurou um dos seus braços, tomando a para si. Outra valsa começou só que dessa vez Danúbio Azul. A conduziu de forma majestosa pela a pista que já estava vazia. Quando a música acabou, ficaram um pequeno momento se encarando. Ela esboçou um tímido sorriso, ele outro. 
Ele conduziu sua mão até o rosto da jovem, a enroscou em seus cabelos e a beijou. 

Beijos
S.S Sarfati 

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