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Photo by <a href="https://unsplash.com/@glencarrie?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText">Glen Carrie</a> on <a href="https://unsplash.com/s/photos/july?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText">Unsplash</a>

Eu realmente não sei o que me deu para voltar a encarar uma página em branco e começar a despejar um pouco do que tem dentro de mim. Talvez eu tenha muito para falar, mas o que eu acho mesmo é que eu compreendi muita coisa e fica infinitamente mais fácil tirar algo de dentro quando você sabe o que você está buscando. 

Posso dizer que muito recentemente eu encerrei um ciclo. Não foi só começando no trabalho novo, mas isso certamente contribuiu: não era apenas um novo emprego, era uma Sofia mais madura, com mais bagagem e pronta para tomar novas e melhores decisões - e às vezes isso implica em dar adeus a coisas, pessoas e situações que não te fazem bem. Não quero dizer que será algo explícito, nem sempre temos disposição para isso, mas é algo que você elabora dentro de si e se sente mais leve quando acaba, como se literalmente tivesse virado a página. Você sabia que aquilo não te fazia bem, só não tinha coragem de tirar aquela pele morta do seu corpo. 

É muito bom falar, mas melhor ainda é ficar em silêncio e aprender a observar. Os acontecimentos do cotidiano conversam com a gente e podem nos passar muita coisa desde que a gente esteja disposto para tanto. Já reparou como tem situações que se repetem inúmeras vezes? Tem algo ali que precisa ser compreendido e elaborado. 

Esses dias minha nova chefe falou que eu precisava confiar nos meus instintos e eu fiquei com isso na cabeça. Eu tenho uma boa intuição, eu sei disso, só tenho muita dificuldade em confiar. Acho que eu posso dizer que isso amarrou toda uma situação que eu estava passando e que eu percebi que se tivesse confiado na minha intuição antes, talvez inúmeras situações desagradáveis teriam sido evitadas. 

Tudo bem, pelo menos me renderam boas histórias [e aprendizados].

Para julho, espero ter serenidade e confiança o suficiente para escutar meus instintos. 

Beijos 

S.S Sarfati




Eu sempre fui uma pessoa medrosa. Acho lindo quem diz que é destemido, valente, corajoso e que não tem medo de arriscar - eu sou completamente o oposto disso. Eu até assumo alguns riscos quando necessário, mas morrendo de medo de dar errado e perder tudo. Mas a questão é: existe algo que envolve mais riscos do que estar vivo? 

A vida é um grande e constante perigo que precisamos enfrentar todos os dias - e não tem como fugir disso mesmo que a gente tente. Quando deixamos de fazer uma escolha por medo das consequências, nós já estamos nos decidindo. Escolher não se decidir, já é uma decisão - ainda que ruim. Viver é fazer uma série resoluções e assumir os riscos das consequências que virão. Foi só com a pandemia que algumas pessoas, incluindo eu, passaram a entender que gozar da vida em plena saúde é a melhor coisa que poderíamos ter, então porque desperdiçar isso se escondendo atrás de medos?

Eu sei que este texto tem muito mais perguntas do que respostas, mas este que é o objetivo. Estas são as perguntas que estou me fazendo enquanto sento e escrevo. "E se for ruim?", "E se eu não escrever como antes?", "E se quem ler achar uma porcaria?", mas me esconder atrás das minhas inseguranças nunca me levaram para lugar algum, pelo contrário: se hoje eu tenho meia dúzia de conquistas para me orgulhar, é porque eu assumi riscos em algum momento da minha vida. Claro que não se deve assumir riscos desnecessários ou daqueles que se assume sabendo que vai dar tudo errado só pela experiência de vida - depois de uma certa idade você percebe que é plenamente possível ter vivências maravilhosas sem assumir riscos estúpidos (e que em alguns casos podem, literalmente, serem perigosos). Eu vou escrever textos bem medianos até voltar escrever textos bons e excelentes. Faz muito tempo que eu não sento para expressar através de palavras, preciso me "desenferrujar".

Muito se fala de recomeços em Dezembro e Janeiro e isso faz bastante sentido, afinal, é o encerramento de um ano, mas nós começamos e recomeçamos o tempo todo, todos os dias: seja uma dieta, exercício físico, fazer um curso, ler um livro, adotar um cachorro ou superar um grande amor. Não sei, cada um tem uma demanda que envolve níveis de esforços diferentes. Enquanto para mim começar um livro é algo tranquilo e recomeçar as aulas de yoga é terrível, para outra pessoa pode ser o contrário. Não importa o que é difícil ou fácil para você, desde que não se esconda em você mesmo.  

Beijos

S.S Sarfati


Há exatos 45 anos, Agatha Christie morreu em decorrência de uma pneumonia aos 86 anos. Sendo considerada alguém que revolucionou os romances policiais, não é sem motivo que ela é considerada a 'Dama do Crime' e por isso separei cinco fatos que você provavelmente não sabe sobre a autora
* Ela é romancista mais bem sucedida da história em número total de livros vendidos (foram 4 bilhões de cópias!), ficando atrás apenas do dramaturgo William Shakespeare e da Bíblia. Ao todo ela escreveu mais de 80 livros traduzidos para 100 idiomas; * Seu livro mais vendido é 'E Não Sobrou Nenhum' (também publicado no Brasil como 'O Caso dos Dez Negrinhos') que foi publicado em 06/11/1939. Ele vendeu mais de 100 milhões de cópias e até hoje está na lista de livros mais vendidos de todos os tempos; * Agatha publicou seis livros românticos sob o pseudônimo de Mary Westmacott para não prejudicar a sua reputação de 'Rainha do Crime'. São eles: 'Entre Dois Amores', 'Retrato Inacabado', 'Ausência na Primavera', 'O Conflito', 'Filha É Filha' e 'O Fardo'; * Em 1971, Christie foi condecorada pela rainha do Reino Unido (Elizabeth II é uma grande fã de seus livros) com o título de Dama-Comendadora da Ordem do Império Britânico - uma honra que consiste no equivalente feminino ao sir; * Agatha sonhava em ser cantora lírica chegando até mesmo a estudar música em Paris. Ela nunca teve chance de frequentar a escola e foi educada pela mãe, num ambiente recluso, e através da mãe teve o primeiro contato com a literatura. Ela escreveu seu primeiro livro em 1916, 'O Misterioso Caso de Styles', e o publicou quatro anos depois. Seis editoras rejeitaram a obra;


Beijos
S.S Sarfati

 

Susana acabou de sair do ensino médio, ganhou uma bolsa e vai começar o curso de Design de Moda. Só que ao contrário do que se imagina, ela não está antenada no mundo da moda e terá que se acostumar com sua nova rotina. Com muitos trabalhos, costuras, listas de coisas que ela nunca ouviu falar, Susana tem novos amigos e com a ajuda deles vai conhecer outros aspectos e oportunidades do curso de Moda. Claro que com todas essas mudanças, um novo amor surge…⁣


Eu estava super animada com essa leitura e não me decepcionei, é uma daquelas histórias despretensiosas que a gente lê para passar o tempo. Em alguns momentos eu achei a história meio lenta e a Suzana meio chata, mas nada que me fez querer largar a leitura. Só é algo que eu espero que seja melhor nos próximos livros - saber que tem outros livros me deixou super animada! O livro te deixa empolgada para os próximos acontecimentos e eu achei isso fantástico. ⁣

Também fiquei feliz em ver que o livro se passa no Nordeste: o Brasil não se resume ao eixo Rio de Janeiro/São Paulo e melhor do que só escrever sobre lá, é ver que as pessoas de lá estão escrevendo sobre suas realidades. Eu fico muito feliz de ler livros nacionais justamente por se tratar de uma realidade mais próxima da minha, ainda que em alguns momentos eu tenha estranhando algumas coisas (sou de SP). Esta foi mais uma descoberta desta quarentena e mais um livro nacional que você deve dar uma chance.


 

No dia 10 de Dezembro de 1920, em uma pequena cidade da Ucrânia, nascia Clarice Lispector. Apesar da de ter nascido no leste europeu Clarice se considerava Pernambucana, uma vez que chegou ao Brasil com apenas dois anos. Em homenagem a essa escritora e jornalista que com o passar dos anos conquista cada vez mais admiradores, decidi separar seis fatos que você provavelmente não sabe sobre Clarice Lispector:


1 - Quando sua família chegou no Brasil, todos precisaram mudar para nomes 'abrasileirados', então Chaya Pinkhasovna Lispector se tornou Clarice Lispector;

2 - Clarice é considerada até hoje a maior escritora de origem judaíca desde Franz Kafka, mas que nunca foi cotada para ocupar uma cadeira na Academia Brasilieira de Letras por conta de uma cláusula pétrea que diz que é vetada a entrada de estrangeiros, ainda que naturalizados (como era o caso de Clarice); 

3 - Apesar de não se considerar apegada a religião, em diversos momentos Clarice sofreu as consequencias de ser judia: desde a suga fuga da Ucrânica, que foi por conta do antissemitismo oriundo da Guerra Civil Russa, como durante o período do Estado Novo em que o Governo de Vargas flertava com o Nazi-fascismo e não escodia as políticas antissemitas. Seu pai, sionista, chegou a arrecadar fundos para os judeus na Palestina;

4 - Clarice amava os animais, principalmente os cães, a ponto de que na sua estatua, inaugurada em 2016 no Leme, ela está com o Ulisses - seu cãozinho;

5 - Além de escrever, Clarice gostava de pintar e presentear seus amigos com suas pinturas. Recentemente em entrevista para o podcast da @editorarocco, Nélida Piñon, que foi uma grande amiga de Clarice, admitiu ter gasto muito dinheiro para comprar uma obra de Clarice em um leilão. Ela disse que a amiga não iria suportar ver a obra na casa de um estranho;

6 - Em 1966, Clarice dormiu com um cigarro aceso e provocou um incendio que quase provocou a sua morte, além da sua mão direita quase ter sido amputada e ter ficado no hospital por 2 meses. Até o fim da vida Clarice não se recuperou totalmente do incendio, psicologicamente e fisicamente; 



Romance Concreto é um chick-lit (“literatura para mulheres”) que adquiri na loja Kindle durante a quarentena e não tinha nenhuma expectativa, tanto porque a sinopse é um pouco ampla demais e me deixou perdida em relação do que se tratava o livro, mas aos poucos o livro foi me conquistando.Eu achei o início muito lento e em alguns momentos meio chato, mas a história ter um tema SUPER atual e cotidiano me fez insistir e eu não me arrependi.


Olivia Liveretti é uma blogueira (sim, do tipo que tem blog) que após um incidente vê sua carreira como digital influencer ir de ladeira abaixo e, ao não contar com apoio familiar, decide sair de casa e descobrir o que ela queria realmente para a vida. Claro que no meio disso tem um cara no meio disso tem um cara que ela não se dá bem no início e o final disso é meio previsível, mas o livro tem essa premissa de ser um clichê romântico fofo e ele atinge seu objetivo: o livro é muito fofo! Outro ponto que gostei muito foi a transformação da Olivia: a Aimee Oliveira fez isso com um talento e delicadeza que eu vi em poucos outros livros. A Olivia era muito chata no início do livro! 


A Aimee é muito talentosa e virei fã dela. Depois procurei mais e vi que era originalmente publicado no Wattpad e que ele é fruto de auto-publicação e achei maravilhoso! O mercado editorial precisa de pessoas que escrevam como a Aimee e acredito que o sucesso para ela é questão de tempo.



Figura muito conhecida nas provas escolares, Mafalda é uma menina que odeia sopa e é preocupada com a humanidade e a paz mundial que se rebela com a situação mundial do mundo. Apesar de já terem mais de 50 anos, as críticas feitas pela personagem continuam bastante relevantes. 

Mafalda foi criada em 1962 para um cartoon de propaganda que deveria ser publicado no ‘Clarín’ por Quino, Mafalda só foi ser publicada pela primeira vez em 1964 no jornal ‘Primera Plana’. Em 1965, Mafalda passou a aparecer diariamente no jornal ‘El Mundo’ de Buenos Aires e então a personagem passou a adquirir um caráter mais crítico aos eventos correntes. 


Em Dezembro de 1967 o jornal faliu e Mafalda mudou-se novamente de casa, dessa vez para o jornal ‘Siete Días Illustrados’. Entretanto, a necessidade de entregar os quadrinhos duas semanas antes da publicação acabou com a possibilidade de Quino comentar as notícias recentes, desanimado decidiu acabar com as histórias em Junho de 1973. Em 1976, Mafalda voltou a ser usada para divulgação - dessa vez foi para a Declaração Universal dos Direitos da Criança. 


Um bom exemplo é a tira onde Mafalda ouve no rádio:

"O Papa fez um chamado à paz"

E, com sua ingenuidade infantil, responde ao aparelho:

"E deu ocupado como sempre, não é?"