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Quarta feira, meio dia e quarenta e cinco. Céu cinza e chuva forte. Céus aquele dia não poderia ficar pior. Três adolescentes e suas enormes mochilas escolares lutavam para caber em baixo de um pequeno guarda chuva de bolsa. E a chuva ficava cada vez mais forte. Mas sabe qual foi a melhor parte? Os três adolescentes não se aguentavam de tanto darem risada.
Tá, tudo bem, isso daqui não é mais uma daquelas falas onde te dizem "ei, veja o lado bom da vida!" "carpe diem!". O que eu quis dizer é, os três estavam realmente ferrados e molhados com aquela chuva. Só isso. 
Depois disso, não importa o que aconteceu, as duas meninas (o 3° elemento era um garoto) foram para o shopping almoçar. Sabem como é, cidade pequena não tem grandes opções. E enquanto devoravam aquele pedaço de carne (algo que elas fizeram com extrema delicadeza, só que ao contrário) que elas haviam escolhido comer, comentaram alguns desapontamentos. Alguns não, vários. Como disse uma delas "momento recalque". 
Reclamaram de alguns professores, do uniforme ridículo que eram obrigadas a usar, e principalmente, das pessoas falsas ao redor delas. Céus, era tanta gente falsa!
Mas elas não tinham opção, viviam com aquela gente falsa. E elas não eram falsa, portanto, não tinham lá muita amizade com as pessoa falsas. Reclamaram um pouco disso com comentários do tipo "É cara, eu sei. A vida é um saco". 
Mas não ficaram muito tempo nisso, foram ao fliperama. E aproveitando que lá estava vazio, dançaram. Sabe aquelas máquinas enormes cujo o chão brilha aonde tem que pisar? Então. Dançaram oito músicas de pop coreano da forma mais desastrada possível. Não é que elas não tivessem talento, é que o nível 3 torna-se algo impossível para inciantes. E no final de tudo elas comemoram, não ao desempenho delas dançando pop coreano. Muito menos a vida que elas estavam levando. Elas comemoram os erros, os desencontros, as infelicidades, as tristezas. Elas brindaram aos caminhos errados que a vida poderia seguir. Afinal, sem os caminhos errados, não teriam como saber quais eram o certos.

Beijos
S.S Sarfati

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