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influenciadores digitais

Se você vive minimamente conectado eu acredito que você já tenha ouvido falar no termo "influenciador digital" ou, em inglês, como é muito utilizado, "digital influencer" (sinceramente nunca vou entender esse hábito que brasileiro tem de achar que tudo que é inglês soa melhor, é um complexo de vira lata grande demais para mim). Contudo, fica a pergunta no ar: o que são influenciadores digitais? 
Pessoas capazes de influenciar a opinião pública existe desde que o mundo é mundo, Jesus Cristo foi um grande influenciador, mas com o surgimento da mídia nos moldes como conhecemos hoje eles tinham outro nome: formadores de opinião. E quem eram eles? Bem, eram os jornalistas, colunistas, articulistas, atores, ou seja, pessoas que conseguiam chegar na mídia e tinham espaço para expor suas opiniões sobre diversos temas. Na Era Digital, com a democratização da mídia, é muito  mais fácil expor opiniões do que era antes. Hoje em dia, qualquer um pode criar uma conta em uma rede social e sair fazendo "textão" sobre o que pensa sobre o mundo quando antigamente era necessário ter um espacinho que fosse em um jornal qualquer para que alguém visse o que você escreveu sobre determinado tema. 
Em plena segunda década do século XXI, vivemos um verdadeiro "boom" das redes sociais e com isso os antigos formadores de opinião mudaram de nome e se tornaram influenciadores digitais. Contudo, não se engane: estes dois grupos de pessoas que mais ou menos comandam as opiniões mais populares sobre os assuntos mais falados não são as mesmas pessoas que migraram tampouco o público é o mesmo. 
Influenciadores digitais em sua grande maioria são moças por volta dos seus vinte e poucos anos que postam em grande parte no Instagram fotos milimetricamente pensadas, em feeds planejados a exaustão, que gostam de vender suas vidas perfeitas e advinha só? As pessoas adoram comprar isso. O maior público dessas moças são meninas adolescentes que buscam nelas quase que um propósito de vida e por isso muitas delas também passam a se intitular "influenciadores digitais" quando, na verdade, elas são só um número gigantesco de seguidoras para meia dúzia de grandes influenciadores.  Elas não influenciam em nada a vida de ninguém porque no fundo são todas iguais. As grandes, quem realmente faz dinheiro com isso, ainda sim pouco se diferem entre uma e outra tendo diferenças que só suas leais seguidoras de 13 à 18 anos são capazes de identificar. Sabe porque é tão fácil influenciar adolescentes? Porque o senso crítico deles ainda está em formação e todo adolescente quer pertencer e hoje em dia ser fã de meninas como elas é pertencer. 
Além da falta de autenticidade presente nesse meio, é necessário questionar como elas influenciam ainda mais quando o assunto é influenciar o público mais jovem. Elas podem fazer stories desabafando como essa vida é difícil, mas isso não exime uma pessoa pública da responsabilidade que ela tem toda hora que ela abre a boca ou faz um post no Instagram. Por exemplo, uma que diz que a única maneira que ela encontrou de amadurecer como adulta foi fazendo intercâmbio está fazendo um desserviço sem tamanho: se ela tem dinheiro para isso, ótimo para ela, mas ela precisa entender que a maior parte das seguidores dela são da classe média de um país com milhões de desempregados e que se dar ao luxo de fazer intercâmbio em um momento econômico e político como este é privilégio de pouquíssimas pessoas. Essa simples fala dela fez a infelicidade de várias meninas que não tem nem como sonhar com isso, mas demonstra a total alienação por parte dela. Seria bom se fosse apenas uma que fizesse  esse tipo de declaração, mas a verdade é que quase todas vivem como adolescentes na Terra Do Nunca se recusando a crescer. São mulheres de mais de 25 anos, casadas que acham legal viverem como verdadeiras Barbies adolescentes. É ridículo como pessoas tão fora da realidade conseguem arrastar multidões como elas arrastam.
Ainda mais preocupante é para o que elas usam a fama delas pois elas não fazem nada além de serem vitrines para marcas, vivendo de publipost e de vídeos de recebidos. Nenhuma delas agem como se vivessem no mundo real: nenhuma delas têm opinião sobre política, sobre economia ou qualquer outra coisa que adultos da idade delas precisam se preocupar. A maioria delas nunca nem pisou em uma faculdade ou as que pisaram agem como se isso não fosse grande coisa, mas é. Curso superior não constrói caráter e jamais construirá, mas a verdade é que para a maioria das pessoas isso significa a chance de um emprego um pouco melhor. Por muitos anos as mulheres não podiam entrar nas universidades simplesmente por serem mulheres e agora, anos depois dessa conquista, vem uma youtuber falando que ela não acha que cursar uma universidade algo importante? Cala a boca! Isso demonstra não apenas que ela é uma pessoa muito alienada, mas que não tem o mínimo de responsabilidade sobre o que fala. Há casos de meninas que realmente desistiram de cursar uma faculdade já que queriam ser youtubers igual a Fulana depois dessa declaração.
Elas estão criando uma geração de eternas adolescentes que acham que é legal serem sustentadas pelo dinheiro que elas recebem ao promoverem o consumismo desenfreado em um país que não tem dinheiro para isso e em um planeta que não tem recursos para o consumo do jeito que está hoje. Elas influenciam a infelicidade de quem gostaria de ter e não tem. Suas seguidoras acreditam que poderiam ser como elas quando na verdade isso talvez nunca aconteça. Nem todo mundo tem seu lugar ao sol. A maioria das pessoas não é tão original quanto acha que é, se achar o suprassumo da  originalidade nunca foi tão comum. 

O que vocês acham de tudo isso? Vamos discutir a respeito!
Beijos
S.S Sarfati

UM COMENTÁRIO ❤

  1. Amei !!!

    Estou amando ler seus artigos, sempre amei visitar seu blog e ler os artigos, sempre tem dicas e informações interessantes...

    Parabéns !!

    Samara Lima

    Colaboradora do Website Lotofácil de Hoje

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