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Eu acabei de terminar o Ensino Médio e eu me sinto invencível. Como se eu fosse capaz de realizar tudo o que eu quiser, nada é grande demais ou pequeno demais para mim: mais do que nunca eu quero viver, descobrir, ver e sentir. Eu quero fazer minha vida valer a pena, eu quero fazer da minha vida uma boa história para ser contada. Em hipótese alguma eu quero um dia olhar para minha vida e sentir fiz tudo o que eu queria fazer então passar a esperar morte me arrastando pelos dias que eu durar. Eu quero me sentir para sempre  do jeito que eu me sinto hoje.
Claro que eu sei que o que eu posso mudar da minha vida hoje, não é a mesma coisa que eu vou poder mudar com trinta ou cinquenta anos e que daqui para frente eu vou ter que começar a aceitar as limitações que o tempo me impõe, mas o tempo todo vou ganhar alguns limites e perder outros, em todas as fases da minha vida. Se hoje eu já olho para quem está entrando no Ensino Médio e penso como era quando eu estava no lugar deles e sinto saudades de todos os sonhos que eu tinha naquela idade, imagina o que eu vou estar fazendo comigo mesma aos sessenta se eu deixar? 
A questão não é a saudades que eu tenho daquela época por que saudades é algo perfeitamente aceitável e até saudável, o problema estar em concentrar todo o êxito que eu poderia ter tido na minha vida em uma época passada e distante, como se daqui para frente eu não pudesse alcançar nenhum êxito ou descobrir nada novo. 
O que as pessoas esperam que eu faça daqui para frente é, basicamente, o seguinte: faça faculdade, arrume um bom emprego, me case, continue trabalhando, tenha um filho ou dois, crie eles direito (o que significa até eles irem para a faculdade) e ficar torcendo para que os netos apareçam. Minha vida não pode se tornar só isso, eu não posso deixar que minha vida se torne só isso. 
Por que algumas pessoas comemoram a saída do Ensino Médio e outras lamentam? Essas vêm a saída do Ensino Médio como o início de uma vida possivelmente gloriosa e estas vêm a saída como se daquele momento em diante elas tivessem que lidar com o início do declínio de suas vidas. Tão novos e tão derrotados com opções para a vida que eles não se lembram de terem feito, talvez por que nunca fizeram tais opções ou por que tiveram medo de escolher outras opções diferentes das que tiveram como modelo a vida toda. 
Claro que cada um faz a escolha que acha melhor para sua vida, mas em momento nenhum deve-se desistir de alcançar o seu ápice por acreditar que o ápice já chegou: o segredo da esperança é achar que o ápice sempre está por vir. 
Então não ache que é normal desistir e desleixar-se por medo de ser alguma coisa diferente do que você está acostumando, não ache normal sentar e esperar a morte. Faça uma escolha nova para sua vida todos os dias e não aceite o que vier passivamente. Lute pelo que você quer e não se esqueça que esperar pela morte não é uma decisão e sim a ausência dela.

Beijos
S.S Sarfati

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