A
maior dificuldade de fazer uma resenha sobre Harry Potter, qualquer um dos
volumes, é que este é apenas o livro mais lido depois da bíblia, ou seja, tudo
o que tinha para ser dito a respeito do bruxinho britânico já foi dito.
Todavia, sempre é possível falar coisas que foram pouco ditas a respeito do
dono da cicatriz mais famosa não apenas da Literatura, mas de toda a cultura
pop.
Por
exemplo, por que Harry Potter é tudo isso? Tantas sagas foram feitas, mas por
que esta em específico ganhou a notoriedade que ganhou?
Harry
Potter e a Pedra Filosofal, o volume que abordamos hoje, foi lançado em 1997 e
até então o mercado literário ainda não estava saturado de sagas fantasiosas
como está hoje, por isso quando apareceu foi uma grande novidade, especialmente
porque era destinado ao público adolescente. Era uma das raras ocasiões em que
era uma história para adolescentes protagonizado por adolescentes – tendência a
qual começou com os filmes adolescentes dos anos de 1980 como “Curtindo a Vida
Adoidado”.
Outra
coisa que captura a atenção do leitor é a maneira que JK constrói a história, de
maneira sólida e detalhada o suficiente para te fazer acreditar que você mesmo
está estudando na Escola de Magia e Bruxaria é fantástica. Não é atoa que está
se tornando um clássico da Literatura (particularmente espero que meus filhos
leiam Harry Potter na escola ao invés de Til do José de Alencar).
Lançado
há quase 20 anos, considero que não é mais necessário a preocupação com
spoilers, certo? Caso não tenha lido e não queira ter desfechos da história
revelados, pare de ler por aqui e vá ler Harry Potter e a Pedra Filosofal.
A
história do menino que sobreviveu começa justamente quando ele está chegando na
casa dos tios logo após ficar órfão e há uma breve conversa entre quem depois
descobriremos ser Dumbledore, Hagrid e Mcgonagall. Então contece um salto no
tempo e vemos Harry aos dez anos sendo tratado como trapo pelos tios e vivendo
embaixo da escada. Relativamente poucas páginas depois Harry descobre que é
bruxo e que vai estudar na escola que é o sonho de todos nós e agora preciso
interromper: este é o primeiro instante em que JK ganha nossos corações. É
surpreendente a maneira que é narrado sem ser lento, mas ainda sem pecar pela
falta de informações.
Beijos
S.S Sarfati