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Sai da minha lente
Sai da Minha Lente 

Desde que encontrei a Thalita Rebouças na Bienal de São Paulo em 2014 e eu fiquei verdadeiramente encantada pela simpatia dela, comecei a procurar por livros dela para ler porque não era possível que uma pessoa com uma energia tão boa quanto a da Thalita não escrevesse livros bons.
Tête é uma adolescente que junto com os turbilhões normais da adolescência, vê seu pai perder o emprego e com isso uma mudança para a casa dos avós e como se tudo isso não fosse o suficiente ela ainda sofria bullying no antigo colégio. Na mudança para um novo colégio além da esperança de tempos melhores, ela sofre um misto de medo e ansiedade de a situação se repetir. O que faz muito sentido!
Eu passei por experiencias bem parecidas com a da Tête durante a escola, em relação a bullying e tudo o que isso envolvia então ver uma personagem com o mesmo background que eu foi reconfortante. Ver esse assunto sendo debatido de maneira tão aberta me dá uma verdadeira paz de espírito porque eu sei que quem passar pelo que eu passei, vai ter um conforto na ficção que eu não tive quando era vítima de adolescentes cruéis e inseguros. Era 2008, dez anos atrás, e o bullying não era um assunto tão discutido como hoje, estava só começando. Então hoje me sinto pessoalmente envolvida com a causa. 
Claro que não elimino a possibilidade do envolvimento emocional que tive com a protagonista atrapalhar meu julgamento quanto a qualidade do livro, mas acredito saber separar as coisas. É uma leitura fácil, tranquila, sem grandes altos e baixos. Não é o tipo que vicia e que você lê em uma sentada, mas é o tipo que não te faz querer demorar muito para terminar a leitura. O que, mais uma vez, sinto falta em um livro da Thalita é o drama. 
Os livros dela, mesmo este que aborda o bullying ainda que de maneira extremamente sutil, como se desse pinceladas de bullying na história para trazer ela mais para a realidade, são sempre sobre meninas adolescentes que não têm nenhum drama de verdade, além dos normais da adolescência,  e que vivem aquela vida padrão da classe média brasileira que todos nós amamos, odiamos ou sonhamos em ter. Eu entendo que esse é o público alvo da Thalita e que de fato essa é a vida que várias meninas levam assim como eu levei durante muito tempo, mas a superficialidade das histórias dela me impedem de me apaixonar pelo livro. 

E você, já leu Thalita Rebouças?
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Beijos
S.S Sarfati

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