Nos primeiros meses do ano os livros escolhidos para o desafio literário foram livros mais clássicos sendo eles Razão e Sensibilidade da Jane Austen, Guia do Mochileiro das Galáxias de Douglas Adams e Um Corpo na Biblioteca da Agatha Christie. Dando um toque contemporâneo ao desafio no mês de Abril, um livro da também britânica Jojo Moyes foi escolhido: A Casa das Marés.
Uma história que atravessa décadas e gerações para mostrar que nunca é tarde demais para nos descobrir e correr atrás dos nossos sonhos. Na década de 1950, Merham não passava de uma cidadezinha litorânea como tantas outras: pacata, tradicional e obcecada pelas aparências. Os homens cuidavam do comércio, as mulheres cuidavam dos filhos e todos tomavam conta da vida dos outros. Até que um boêmio grupo de artistas estrangeiros se muda para a Casa Arcádia, uma bela construção art déco à beira-mar. Ao contrário dos demais habitantes, que logo veem os artistas com maus olhos, temerosos de que possam destruir a boa reputação da cidade, Lottie Swift e Celia Holden não conseguem esconder o interesse pelos novos residentes. Cinquenta anos mais tarde, quando o passado já parece enterrado e esquecido, a Casa Arcádia é vendida para um empresário que pretende transformá-la em um refúgio de luxo planejado pela arquiteta Daisy Parsons, que chega a Merham para reconstruir não só a casa, mas sua própria vida. Porém, assim como antes, o prenúncio de mudança revolta os moradores, dispostos a tudo para inviabilizar o projeto. Repleto de encontros emocionantes e segredos revelados, A casa das marés é uma leitura deliciosa e romântica que explora as dinâmicas familiares, antigos amores e traições.
Originalmente publicado em 2003, o livro só chegou ao Brasil em 2015, tendo sua edição mais recente publicada em 2017 após Moyes virar um fenômeno com seu livro Como Eu Era Antes de Você que foi adaptado para as telonas em 2016, e vários dos seus livros serem reeditados em terras tupiniquins - outro livro que teve sua capa alterada para seguir o mesmo padrão de capas das demais obras foi A Última Carta de Amor (um dos meus livros favoritos!).
Esse livro tem aquele traço característico da escrita da autora que trabalha com o passado e o presente e na convergência deles em meados do livro, é tipo um 2 em 1: duas histórias distintas no mesmo livro ambas com protagonistas vazias e sem o mínimo de carisma - traço totalmente diferente das protagonistas mais atuais que apesar de serem chatas em alguns momentos eram muito carismáticas.
Outro traço característico da autora, mas que dessa vez eu senti falta no livro foi a boa escrita: a narrativa parecia cortada em mil pedaços, não tinha continuidade alguma. No início eu estava com a sensação de que era proposital por se tratar do anos 1960 e que quando chegasse no presente iria melhorar, se tornar mais ágil, mas a verdade é que não mudou em nada.
O enredo do livro, apesar de ter me chamado a atenção (eu comprei o livro, não comprei?), achei incompleto: não deixa claro porque Lottie saiu de Londres e foi morar com uma família aparentemente aleatória e outras coisinhas mais que eu não posso falar aqui porque é spoiler.
Este é apenas o segundo livro da autora (o primeiro foi Em Busca de Abrigo) e faz bastante sentido o livro ser meio fraco, com o tempo e prática todos os autores amadurecem a sua escrita, se encontram dentro do seu estilo e assim se tornam melhores. Uma vez li que autores são como o vinho e por isso melhoram com o tempo e esta metáfora pode se encaixar perfeitamente com a Jojo. Não recomendo caso não tenha lido nada dela antes (sendo assim comece com Baía da Esperança que é mais fácil de entender o estilo dela), mas caso já seja um Jojo Lover e quer conhecer melhor ela, vai fundo!
E você, já leu alguma coisa da Jojo? O que achou?
Beijos
S.S Sarfati