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Os últimos meses têm sido difíceis para mim e fico feliz que em Julho, obrigatoriamente, tem uma pausa para poder refletir sobre os últimos meses, pensar nos meses que estão por vir e por que não pensar nos meus próximos anos? 
Eu estou naquela fase infeliz, quase maldita, de fazer as coisas hoje pensando no futuro (inclusive falei isso no meu texto de despedida do 3°EM ano passado). É horrível porque, sinceramente, não sei se tenho cabeça para focar tanto assim no futuro se nem no presente sei direito o que fazer da minha vida. É muita coisa para pensar, para decidir com pouca maturidade. 
Particularmente eu me considero uma moça madura, mas há um tipo de maturidade que só vem com o passar dos anos e não há nada que eu possa fazer. É dar tempo ao tempo - e eu não preciso nem dizer como eu considero difícil ter paciência para essas coisas. Por exemplo, aos dezoito anos eu nunca vou ter a maturidade para escrever como alguém de cinquenta anos. Por mais talentosa e sensível que eu seja eu tenho pela noção de que isso é praticamente impossível. Neste caso, todo mundo sabe que isso é impossível e acha que é natural, só que quando o assunto são outros tipos de maturidade, e não apenas a maturidade literária, as pessoas geralmente esquecem isso e forçam demais a gente. Eu não sou obrigada a ter os próximos quatro anos da minha programados! 
Claro que uma coisa é fato: eu vou entrar na faculdade, mas isso não significa que eu tenho plena certeza do que estudar (da última vez que chequei havia escolhido Ciências Sociais ao invés de Letras - desculpa se alguém ficou triste que não vou dar aula de Literatura para seu futuro filho/filha). Mesmo que eu tenha certeza do que quero estudar, isso não significa que eu não possa mudar de ideia. Eu tinha certeza que queria Jornalismo, assim como tinha certeza sobre Letras e agora tenho certeza sobre Ciência Sociais. Certezas mudam. Ainda bem que eu tenho ideias e certezas para mudar. Triste é aquele que não tem nenhuma ideia ou certeza para mudar - por isso não trabalho com verdades absolutas. 
Eu espero que Julho e seus pensamentos (e por que não seus acontecimentos também?) me deem clareza e segurança o suficiente para seguir de maneira tranquila o restante do ano. Será que dá? Só eu que estou apavorada com o fato de já estarmos em Julho? É quase Natal!

Beijos
S.S Sarfati

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