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É estranho pensar que eu já tenho idade o suficiente para me matricular na faculdade. É muito estranho mesmo, estranho demais. É como se na minha cabeça, embora eu saiba que tenho certa "maturidade extra", ainda sim eu não tenho mais do que dezesseis ou dezessete anos. 
Ao mesmo tempo que é ótimo pensar que agora estou começando uma nova etapa da minha vida, é horrível saber que eu deixei meus dias de colegial para trás. Que nunca mais vou entrar em uma sala de aula de escola, a menos que um dia eu comece a lecionar - mas aí são outros quinhentos. 
Eu assisto filmes e séries que se passam em ambiente escolar e me bate uma saudade sem tamanho. É como se eu me identificasse com aquilo achando que aquilo é parte da minha rotina, mas depois de um instante de consciência eu me lembro que eu deixei aquilo para trás, que aquilo não faz mais parte da minha vida.
Mesmo assim eu estava "tri-animada para ir me matricular. Não era a faculdade dos meus sonhos, mas eu estava animada mesmo assim. Era uma espécie de grito de liberdade. Era um grito de liberdade que dizia "Sou livre para fazer minhas escolhas. Sou livre para escolher o que eu quero estudar. Sou livre para começar a trilhar o meu caminho sozinha".
Na escola eu me lembro de me sentir muito presa, muito moldada, muito obediente. Porque apesar de odiar aquilo que estavam me obrigando, eu era boa aluna. Eu sentava na primeira cadeira, fazia todas as tarefas, tirava notas relativamente boas, eu era a queridinha de todos os professores - quer mais coisa de boa aluna do que isso? E o grande lance é que eu não fazia isso porque eu queria fazer, era algo maior do que eu. Quando eu via, estava fazendo tudo o que esperavam que eu fizesse. E eu odeio atender as expectativas dos outros.
Logo depois eu conversei com um dos veteranos e ele me mostrou todas as opções que eu tenho dentro do curso e eu nunca fiquei tão feliz com as opções que eu tinha. Eu acho que finalmente encontrei um jeito de ser feliz.

 Beijos
S.S Sarfati

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