Se você acompanha ainda que de maneira muito despretenciosa o universo cinematográfico e suas premiações, você deve se lembrar que em 2011 um dos filmes com maior número de indicações ao Oscar O Discurso do Rei. O filme, que foi o responsável pelo primeiro Oscar da carreira de Colin Firth, conta a história do rei George VI, pai da atual rainha da Inglaterra, superando a gagueira através dos anos com a ajuda do fonoaudiólogo Lionel Louge.
No fim de Julho dei uma passada em um dos sebos escondidos de Taubaté quando me deparei com um livro com a capa do filme O Discurso do Rei a menos de R$ 20 e em ótimo estado, portanto não tive dúvidas, comprei na hora. Sempre fui uma entusiasta da Inglaterra e da Família Real Britânica, então um livro como este com certeza me faria muito feliz. O livro foi escrito Mark Louge - neto de Lionel Louge, o "fono" do rei - em cima do trabalho de pesquisa que foi solicitado pela produção do filme para que Mark fizesse.
Baseado nos diários do seu avô e em cartas trocadas entre Lionel e George VI, o livro nos mostra não apenas uma relação com os problemas de fala que marcaram a vida do rei desde a infância quando ele era apenas o Princípe Albert e não tinha pretenção alguma de ascender ao trono, mas sim a relação entre terapeuta da fala e paciente que por fim se tornaram amigos. Além disso, o livro é bastante rico em pesquisa história e aborda de maneira certeira alguns fatos sobre a família real mais famosa do mundo que só os fãs ficariam curiosos em saber.
O enredo do livro é bastante diferente em relação ao filme e pessoalmente eu prefiro o livro que além de muito mais rico em detalhes históricos, faz muito mais sentido do que o filme. A performance de Colin no filme é digna do Oscar que ele ganhou, mas o filme esteve longe de ganhar a estatueta de Melhor Filme.
O livro narra alguns fatos desde a educação do príncipe e do seu irmão, o futuro rei Edward VII, o período em que o avô dele assumiu após a morte da rainha Victoria, seu pai assumindo, o período da I Guerra Mundial, a morte do seu pai, os 327 dias que o seu irmão ficou no poder, a abdicação do mesmo, a II Guerra Mundial e por fim sua morte. É muito interessante a maneira em que o livro descreve Albert/George VI como alguém sensível, retraído, tímido e até mesmo frágil que nunca demonstrou o perfil de alguém que tinha as características necessárias para se tornar o rei de um país e ainda sim cumpriu sua obrigação com maestria - ainda que durante o período conturbado da ascensão de Hitler e da II Guerra Mundial. Na série da Netflix, The Crown, vemos Elizabeth II com um perfil muito parecido com o do pai e as dificuldades que ela teve em lidar com isso. De maneira geral é um livro muito bom, ainda que seja direcionado apenas para os fãs da monarquia britânica.
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Beijos
S.S Sarfati