O livro que originou a mini série premiadíssima da HBO foi o primeiro livro que li em 2018 e foi um grandíssimo prazer começar por ele, que narrativa leve, gostosa! Fazia muito tempo que eu não me identificava tanto com uma narrativa como me identifiquei com a de Pequenas Grandes Mentiras.
A história gira em torno de Celeste, Madeline e Jane três mães com filhos no jardim de infância da escola da pequena cidade da Austrália. Elas parecem viverem vidas absurdamente diferentes, como se não tivessem nada em comum fora os filhos que estudam na mesma sala, mas a verdade é que ao longo da história vemos que as três mulheres criaram uma amizade baseada em uma espécie de rede de apoio entre elas.
Celeste é a clássica mulher que tem a vida aparentemente perfeita: linda, com um marido bonito e rico, filhos que não dão mais trabalho do que nenhuma outra criança, basicamente a vida que todos almejam ter um dia. Entretanto, o seu relacionamento com o marido esconde um segredo infelizmente tão comum entre vários relacionamentos: violência domestica.
Madeline é uma mãe como a maioria das mães que você deve conhecer: trabalha meio período e o restante dedica inteiramente a criar as crianças da melhor maneira possível. A primeira vista ela pode parecer uma personagem briguenta, mas a verdade é que ela nunca se cala pois luta arduamente pelo que acredita - mesmo que isso seja uma briga entre mães.
Jane é um ponto fora da curva no que se trata das mães da escola: ela é muito mais jovem que as demais, é uma mãe solteira que cria o filho totalmente sozinha através de um emprego Home Office. Claro que o fato de ser uma mãe diferente faz com que seu filho, Ziggy, seja alvo de preconceito de muitos adultos - Isso é algo que eu consigo me identificar tão facilmente porque minha mãe, apesar de não ter sido mãe solteira nem nada, fugia bastante da mãe padrão que algumas mães não queriam que seus filhos brincassem comigo porque ela era "bicho grilo".
É uma leitura extremamente necessária para todos aqueles que querem entender como as mulheres lidam com o fato de serem mães e ainda terem uma vida. Já notou que a maioria das obras mostram as mulheres mães, apenas sendo mães? Não estamos acostumados a ver mulheres que são mães e que continuam vivendo suas vidas. É uma questão muito complicada e que precisa ser mais abordada.
Eu achei bem diferente da mini série e, embora eu tenha adorado o livro, senti que a série me conquistou mais justamente por ter mais elementos - algo que o audiovisual é naturalmente mais rico. É a mesma história, mas não é contada da mesma forma e nem com os mesmos detalhes. Então, não lei achando que o livro é a série escrita.

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Beijos
S.S Sarfati