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Em algum momento da nossa vida, nós vamos conhecer alguém misterioso. Para alguns pode ser mais cedo, para outros mais tarde mas, não importa. Todos temos a certeza de que por algum motivo, alguém misterioso vai aparecer na nossa vida. 
Muito provavelmente, o jeito que essa pessoa apareceu na sua vida, a forma que vocês se conheceram, é algum tipo de mistério. Lógico que talvez você se lembre de alguns detalhes como quem apresentou, aonde foi e essas coisas. Mas, mesmo assim, se você buscar na sua mente, nunca terá uma lembrança exata do primeiro momento em que você a viu. Tanto por que, apesar de você ter uma certeza intuitiva de que em tal dia você a conheceu, você a achou interessante demais e tem outra certeza intuitiva de que não é a primeira vez que vocês se cruzam. 
Você vai se interessar por essa pessoa. É óbvio. Ela faz o tipo quieta, tem um sorriso sincero, só faz comentários interessantes e parece estar bem inserida naquele meio em que ela vive apesar do seu jeito um pouco peculiar de ser. Ela aparenta ser inteligente e observadora. Sabe conversar mas sem entregar o seu jogo. É quase um fato que ela vai te deixar, nem que minimamente curioso, a respeito da sua personalidade intrigante. 
A pessoa é misteriosa, você não sabe se ela foi com a sua cara. Prefere pensar que sim. Ela sorriu umas duas vezes para você e talvez tenha se interessado por algo que você tenha falado. Você está com receio mas a curiosidade vence. De alguma forma, armado pelo destino ou não, anos ou dias depois, em um dia chuvoso ou ensolarado, vocês se cruzam novamente e você começa conversar com ela para tentar descobri-la nem que apenas mais um pouquinho.
Você vai com calma. Você aprendeu com ela e não mostra muito de quem você é, para ver se provoca nela o que ela provocou em você. Assunto vai, assunto vem, ela está interessada em você também. Você comemora, embora fique na dúvida se foi na primeira impressão ou após a sua curiosidade mortal. 
E vocês se aproximam. Viram amigos. E toda vez que você acha que finalmente desvendou a pessoa em questão, você percebe que tem muito mais por trás. Isso é um pouco frustrante. E isso te instiga a ficar cada vez mais próximo dela para ver se um dia, você a desvenda por completo. Mas esse dia tarda a chegar. E enquanto isso, a dúvida se ela tem algum interesse real em você, se ela te achou realmente interessante, legal, gente boa, da zika, ou como lá queira chamar, ou não, cresce e te consome como o oxigênio é consumido na combustão. 
Você se baseia nas suas experiencias anteriores e no seu coração. Chega a conclusão de que sim, ela gostou de você. Ela te achou legal. Ela gosta de conversar com você. Você fica tão feliz de que alguém incrível como ela, que consegue ser misteriosa ao mesmo tempo que se abre com você, afinal vocês são amigos, que só falta você fazer uma apresentação pública de macarena. 
E o tempo passa. Os dias correm, as experiencias são vividas. As expectativas consumidas e as esperanças são criadas. Você tem certo orgulho de si. Ser confidente de alguém misterioso é para poucos. Sua curiosidade diminuiu um pouco. Não que você tenha desistido de saber tudo sobre a pessoa mas, você não tem mais a necessidade que te impulsionou no início. Você fica "de boa". Até um dia que ela faz algo totalmente inesperado. 
Ela é misteriosa. Muito do que ela vai fazer ou dizer vai parecer estranho ou até sem sentido. Mas você já conhece, nem que minimamente, a forma que ela pensa. Então você sabe mais ou menos o que esperar dela.  Até que um dia, ela sai dessa linha de pensamento. Totalmente. Isso te assusta um pouco e te deixa ainda mais intrigado em desvenda-la. 
Então você senta e pensa. E nesses pensamentos, percebe que não tem o que entender nela. Ela é uma pessoa misteriosa e pessoas misteriosas, não foram feitas para terem suas ações entendidas por mais ninguém além delas mesmas. 
E é isso que te motiva a ficar perto dela. Um dia talvez, pertencer a esse outro mundo. 


Beijos 
S.S Sarfati

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