Eu venho escrevendo regularmente desde os meus treze anos. Falando assim, até parece bastante, mas eu sei que é pouco. E desde então venho amadurecendo e melhorando minha capacidade de transcrever meus sentimentos em palavras. Mas a pergunta que não quer calar é: será que a menina que quem escreve é a mesma que está andando por ai na rua? Não tenho resposta pronta. Espero que esse texto me ajude a verdadeiramente refletir sobre o assunto.
Bem, isso é um assunto que vem perturbando minha mente a alguns dias. Não sei se tem alguma coisa haver com a recente aula que tive sobre Fernando Pessoa na última quinta feira, mas não deixa de ser uma possibilidade.
Voltando as origens dos meus primeiros rascunhos feitos em folhas de cadernos, lembro-me de projetar naquelas ideias tudo aquilo que de certa forma estava guardado dentro de mim e eu ainda não sabia. Era quase como se o meu subconsciente guiasse a minha escrita. Hoje, creio que não seja uma escrita tão inconsciente assim, mas ainda é. Procuro não pensar nas palavras ou nas ideias ao escreve-las, meus dedos simplesmente digitam freneticamente algo que sai do meu cérebro.
Minha mãe tinha uma teoria de que o que eu escrevia era projeções minhas para o futuro, como se eu escrevesse o que eu queria ser ou pensar, mas ainda não era ou pensava. Como se fosse uma forma de eu desenhar meu futuro. Um planejamento.
O futuro está chegando. O futuro que me parecia tão distante naquela época, na verdade, é em menos de um ano.Isso é loucura. Através da minha escrita eu tenho projetado quem eu quero ser ou o que eu quero fazer. Hoje está tudo mais próximo, daqui a pouco vou fazer acontecer e vocês vão ver tudo bem de pertinho. Mas por enquanto, você não se apaixonou por quem eu sou e si por quem eu quero ser.
Beijos
S.S Sarfati