O primeiro encontro do Cineclube 2014 foi a base do filme francês "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" e eu estava tão animada para ter essa experiência que até de ônibus eu fui (e eu raramente ando de ônibus). O mais curioso é que eu saí do cineclube super cansada, cansada do tipo de chegar em casa e cair num sono pesado.
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Não, você não é lindo e sua vida não é
perfeita, mas dá para ser feliz mesmo assim. Essa é a adorável mensagem que o
filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” traz consigo. Com várias
indicações a diversos prêmios e muito bem recebido pela crítica, o filme francês
promete continuar ganhando os corações dos mais variados espectadores, sendo
eles fãs de cinema ou não.
E então entra o Cine Clube, uma
atividade proposta para os alunos de terceiro ano de ensino médio que acontece
uma vez por mês, as terças feiras à noite. Algo inovador que promete plantar
uma sementinha na cabeça daqueles que ainda não sabem que são fãs de cinema e
fazer arder uma paixão no coração daqueles que são fãs declarados da sétima
arte.
A escolha do filme foi precisa: “O
Fabuloso Destino de Amélie Poulain” conta a história de uma moça, Amélie, que
sempre foi muito solitária e como uma das formas de encontrar uma cura para a
solidão que dentro dela tinha, ela aprendeu a enxergar os pequenos prazeres da
vida e assim Amélie levava uma vida totalmente diferente da que se é esperado
para uma protagonista de filme, e ai está a doçura do filme: entender que todos
nós podemos ser protagonistas dos nossos próprios filmes, levando a nossa vida
exatamente do jeito que ela é. Não precisamos de vidas perfeitas para termos um
final perfeito ou uma trajetória da qual nos orgulhemos.
Um filme que nos convida a olharmos
para nossas vidas e aceitarmos as nossas peculiaridades, as mesmas peculiaridades
que somos incentivadas a escondermos para termos uma vida retilínea, são as
particularidades que tornam nossas vidas únicas e que nos mostram a todo
instante que a vida é um verdadeiro filme europeu.
Não existe filme melhor para ser
exibido para alunos de terceiro ano, fase onde há além de uma leve presença da
vida adulta e suas responsabilidades, uma pressão não tão leve assim para que
seja decidido, logo aos dezessete ou dezoito anos, que tipo de adulto
pretende-se ser pelo resto da vida. O que leva muitos jovens, desde os mais
tolos até os mais desavisados, a sucumbirem suas peculiaridades, algo que
poderia torna-los adultos extraordinários.