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Eu namorei um música uma vez, ele era legal. Meio burrinho, mas legal. Ele era bastante gentil e tentou me ensinar tocar violão, tentou com todas as forças dele, mas simplesmente não deu. Eu era ruim demais para isso.Eu invejo essas pessoas que tem ouvido musical e que tocam um milhão de instrumentos, mas eu sei que eu não nasci para isso. Não que eu saiba para o que eu nasci, pois não sei, mas sei que para a música é que não foi. 
É curioso quando você gosta muito de uma coisa, quer ser muito bom nessa coisa, mas não tem talento algum. Na verdade, é horrível. É como insistir em um erro: mesmo que lá no fundo você tenha uma esperança de superação, racionalmente você sabe que aquilo não vai dar certo. Não me entenda mal, é muito diferente ser ruim e porque falta prática e ser ruim por falta de talento.
Eu não tenho talento algum. Sério. Não sei o que estou fazendo aqui no planeta. Não sou como o Heitor que tem como talento dar aula ou como o irmão dele, Nicholas, que faz desenhos incríveis. Eu sou aquela típica pessoa mediana que tem uma vida mediana, um emprego mediano, um salário mediano e essas coisas. O problema é que eu estou cercada de pessoas incríveis que são nada medianas. E é isso que faz eu me sentir péssima!
Porque se eu não tivesse noção de que era uma pessoa pequena, eu seria absolutamente e absurdamente feliz. Eu era feliz até começar a ver quanto pequena eu era. Eu sei que tem gente que consegue lidar com a pequinês perante o universo numa boa, mas eu não sou uma dessas pessoas e nem sei se quero ser. Não sei se ser alguém que simplesmente aceita as coisas é algo bom. 
Nenhuma grande revolução ou grande mudança foi feita por pessoas que aceitavam: foram feitas por pessoas que se incomodavam e questionavam porque determinada coisa deveria ser de determinado jeito. Eu sei que não levo jeito para ser nenhuma grande revolucionária ou pensadora, mas sei que também não levo jeito para aceitar as coisas como elas são. 
Não quero incitar nenhuma revolução, mesmo que de pensamentos, mas não acho que devemos simplesmente aceitar a vida como ela é - sem ao menos questioná-la. 

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