-Sim? – Disse ela forçando um sorriso simpático que se
desmanchou assim que viu quem havia interrompido sua sessão de filmes – O que
foi? – Disse ela de maneira suja e grosseira.
-Eu trouxe isso para você. – Disse ele estendendo um pequeno
buquê de rosas vermelhas para ela. Ela apenas encarou o buquê, sem reação.
-Não acredito! Eu me recuso a acreditar! Como pôde?!
- Por favor, aceite-as.
-Então isso quer dizer que você está arrependido?
-Por que diz isso?
-Você está parado na minha porta.
-Talvez eu realmente esteja.
-Você então retira tudo o que você disse?
-Espero o mesmo de você.
-Tá, tá, tá. – Disse ela gesticulando com as mãos e
sacudindo a cabeça – Talvez eu tenha sido um bocado estúpida, sabe? Em dizer
adeus, essas coisas... – Ele assentiu com a cabeça e disse:
-Continue, você está indo muito bem.
-Talvez eu estivesse errada, em começar uma briga.
-Talvez? – Disse levantando uma de suas sobrancelhas
encarando-a.
-Eu estava errada.
Melhor assim?
-Muito. – Disse sorrindo.
-Eu sei que eu tenho alguns problemas...
-Alguns?!
-Ei! Você também é muito confuso!
-Sou nada! De qualquer forma, eu descobri que sou nada sem
você.
-Você é nada sem mim?
-É. Sabe, estar com você é tão disfuncional... Eu nem
deveria sentir sua falta mas...
-Mas?
-Eu não posso deixar você ir. Nós pertencemos um ao outro,
encare os fatos querida.
-Também não consigo imaginar minha vida sem você... – Disse
ela olhando para baixo.
-Já que não conseguimos imaginar as nossas vidas sem o
outro, que tal você parar com esse papo bobo que me odeia e que quer recomeçar
sua vida sem o seu passado?
-É, talvez você esteja certo... Talvez, eu devesse repensar
minha decisão e recomeçar com o que já tenho, talvez fosse até mais fácil...
-Eu tenho certeza disso querida. – Disse ele tocando com o
seu dedo indicador no queixo da garota o trazendo para cima, fazendo-a encarar
seus olhos castanhos – Mas será que você pode me deixar entrar? Eu estou
congelando aqui fora!
-Entra logo seu idiota. – Disse ela rindo e abrindo
passagem.
-Você ainda tem esse cobertor xadrez? Sério? – Disse ele
tirando o casaco e jogando-o em cima da mesa da cozinha.
-Você quem me deu!
-Eu sei, mas isso faz um milhão de anos. Ou mais – risos.
Disse ele sentando-se no sofá enquanto enrolava-se no cobertor.
-Quem disse que você podia sentar?
-Quem disse que não?
-Chato, agora dá espaço para mim. – Disse ela
aconchegando-se ao seu lado dando play no filme.
-Sabe de uma coisa?
-Não.
-Hoje é o dia do amigo?
-Não brinca.
-Pois é.
-Eu te amo meu amigo mala que é um idiota total desde que eu
tinha 15 anos.
-Eu também te odeio baixinha que faz um drama novo todos os
dias desde que eu tinha 17.