Dizem que se foi bom, é maravilho e que se foi ruim, é
experiência, então, pois bem, irei contar a vocês a experiência de ir a um
barzinho que só tocava músicas de uma sílaba com a minha mãe.
Se vocês não sabem o que são músicas que contêm apenas uma silaba,
digo a vocês: São aqueles clássicos contemporâneos chatos que tocam nos
churrascos chatos que seu vizinho faz todo domingo.
Tudo começou quando uma amiga da minha mãe comentou com ela
que em determinado lugar, toda quinta feira, era muito legal por que tinha
música ao vivo, as pessoas iam lá comiam um pouquinho e se divertiam. LÓGICO
que minha mãe ficou animada e topou na hora, só me avisou que eu teria que ir
para a casa da minha amiga em uma quinta feira para que ela pudesse sair e não
ficasse preocupada comigo. Como filha de peixe, peixinha é, eu também fiquei
super animada e implorei para minha mãe me levar com ela, já que eu nunca tive
uma vida social noturna (nem diurna) muito agitada e garotas querem apenas se
divertir. Depois de muita troca de argumentos, ela decidiu me levar, mas com
uma condição: Eu não poderia perder a aula de sexta por causa disso. Para nossa
sorte (ou não) dali não muito tempo, teríamos um feriado que cairia em uma
sexta, em outras palavras, #partiunoite.
Nós íamos na quinta, então desde quarta eu já estava super
animada, pensando na roupa, no cabelo, na maquiagem, essas coisas que
costumamos fazer quando estamos animados por que vamos sair. Quinta feira
então, nem se fale! Só queria escutar músicas cheias de energia e queria que as
horas passassem rápido, até que depois de muita expectativa, as horas passaram
e o momento finalmente chegou!
Eu e minha mãe estávamos bem animadas, então não parávamos de
falar um instante. Quando chegamos por lá, enquanto íamos procurar a amiga da
minha mãe, a banda ia subir no palco. Levando em conta que na pizzaria ao lado
estava tocando “Losing My Religion”, achamos que por lá iria tocar algo
parecido, já que a amiga da minha mãe tinha falado tão bem do lugar, mas, ao
escutar as primeiras batidas da música, percebemos aonde tínhamos nos enfiando:
Em um barzinho de forró. Sim, eu já fui a um barzinho de forró, dá para acreditar
nisso? Euzinha, fã de música estrangeira em um bar de forró? Pois bem, essa foi
a minha dura realidade daquela noite.
Depois de quinze minutos lá eu já não via a hora de ir
embora, mas minha mãe queria esperar mais um pouco para encontrar a amiga dela.
Acho melhor eu dar uma pausa aqui para eu poder explicar alguns conceitos
básicos a vocês: Antes que alguém possa dizer que eu sou má ou coisa assim, eu
quero dizer que não sou eu que “boto” defeito na roupa das pessoas, eu apenas
os comento com a minha amiga mais próxima! Por que primeiríssimo de tudo, quem “botou”
a roupa foi a pessoa que esta vestindo!
Acho que já dei o tom desse parágrafo não é? Sério, eu nunca
vi tanta gente mal vestida em um só lugar! Era muita bizarrice para pouca
visão! Tem uma frase na música “Eduardo E Mônica” que sempre achei um bocado
engraçada “[...] festa estranha com gente esquisita eu não tô legal [...]” Nunca
pensei que iria me sentir assim, mas me senti. E foi muito sinistro.
Além de mal vestidas às pessoas lá eram estranhas, não um
estranho que dá medo, um estranho um bocado estranho. Não que essas pessoas
fossem realmente sinistras, mas estar em um barzinho que toca forró com um
monte de gente que tem idade para ser seu pai é uma experiência sinistra por si
só.
Resumindo a história, depois de uns quarenta minutos, nós
finalmente achamos a amiga da minha mãe e fomos ficar com ela e as amigas dela
dançando clássicos como “Camaro Amarelo” ou “Eu Quero Tchu, Eu Quero Tcha”.
Mais uma vez, estava lá eu torcendo que as horas passassem rápido para nós
darmos o fora de lá o mais breve possível. Nesse meio tempo, passou entre a gente
um elemento que vou chamá-lo de “Carinha do traseiro bizarro” (Eu tenho certeza
que vocês nem desconfiam o porquê desse apelido! Haha) e o amigo dele, que eu
irei chama-lo de “Amigo do carinha do traseiro bizarro” (Até parece dupla
dinâmica). LÓGICO, que por razões óbvias, nós (estávamos em cinco mulheres)
tivemos quase que por obrigação comentar algo a respeito, então quando achávamos
que eles tinham se perdido no meio da multidão, eis que a dupla dinâmica volta
e solta:“Ei, alguma de vocês quer nos conhecer melhor?” (“Lógico
que não! Você é o Amigo do carinha do traseiro bizarro!” pensei eu.) Então a
amiga da minha mãe foi dançar com o Carinha do traseiro bizarro (Ela jura que
não sabia que era ele, aham sei.), nisso, o amigo continuou insistindo “Alguma
de vocês não quer dançar?” Não preciso nem dizer que coração de mãe é aquela
festa, cheio de amor e carinho para dar, pior que coração de mãe, só coração de
vó. E minha mãe, com pena do Amigo do carinha do traseiro bizarro topou dançar
com ele.
Eu juro que eu nunca quis morrer tanto na minha vida! Era
muita morte para pouca vida! Minha mãe, dançando com um cara que era o Amigo do
carinha do traseiro bizarro, que além de feio e estranho, ficava soltando
coisas como: “Estou carente.” “Está difícil de arrumar alguém que goste mim” “Está
difícil de arrumar alguém” entre outras pérolas. Por favor, homens, não cantem
uma mulher assim, principalmente se for na noite. Homem carente é sinônimo de
homem mala, e mulheres NÃO querem homens malas #ficaadica.
Por fim, a música acabou e nós FINALMENTE fomos embora.
Nunca achei que seria capaz de ter tanta inveja das pessoas que passaram sua
quinta feira à noite, véspera do feriado, no facebook, de pijama enquanto
comiam bolacha passatempo. Mas como eu disse no começo, se foi bom, é
maravilhoso, se foi ruim, é experiência. Agora sei que definitivamente eu não
gosto de forró!
Beijos S.S Sarfati
PS: Aqui está a fonte da foto acima.