Razão e Sensibilidade foi publicado em 1811 por uma das maiores autoras da história: Jane Austen. Considerada uma escritora a frente do seu tempo com uma escrita muito irônica e que apresenta vários traços de feminismo, Austen teve como um dos seus maiores sucessos Orgulho e Preconceito e mesmo depois de dois séculos após sua morte precoce em 1817 continua inspirando milhares de autores (Clube de Leitura de Jane Austen) e encantando milhares de novos leitores todos os anos.
Mesmo depois de ter lido um único livro, eu já sabia que Jane Austen era uma das minhas escritoras favoritas e como, infelizmente, ela não teve tempo de escrever muitos livros (são só seis livros completos e mais três incompletos) é bem fácil ler a obra completa então decidi me dar um empurrão para ler mais Austen.
Razão e Sensibilidade conta a história de Elinor e Marianne Dashwood, duas irmãs que após a morte do pai precisam se mudar de casa e aprender a viver de uma maneira mais modesta, uma vez que até a atualidade só homens herdam as propriedades rurais e títulos de nobreza nas famílias aristocráticas (pode-se ver isso muito bem em Downton Abbey) e seu irmão, de um casamento anterior que herdou as propriedades da família deixando as irmãs e a madrasta com o mínimo para não passarem necessidade. Entretanto, a relação entre as irmãs é marcada por outro fato relevante: enquanto Marianne, assim como a mãe, é alguém bastante sentimental, sua irmã Elinor é sempre muito racional e assim se completam.
Ao contrário de Orgulho e Preconceito que começa de maneira muito lenta e até mesmo chata, Razão e Sensibilidade começa praticamente no meio dos acontecimentos, jogando o leitor no meio da vida das irmãs Dashwood. Ao contrário de muitas obras contemporâneas, o livro não retrata um único acontecimento ou uma série de acontecimentos, mas tem como preocupação central retratar como as irmãs reagem a certos acontecimentos enquanto faz algumas críticas sociais muito sutis - sendo que uma delas ficaria escancarada anos mais tarde em Madame Bovary de Gustave Flaubert em 1857.
Apesar de ter mais de 200 anos, a obra é extremamente atual, ainda mais no que se trata no relacionamento entre irmãs. Ainda que eu seja filha única, acompanho duas irmãs há anos que são praticamente as verdadeiras Elinor e Marianne.
Não desbancou Orgulho e Preconceito na minha preferencia, mas ainda sim é um dos melhores livros que já li.
Você já leu Razão e Sensibilidade ou tem vontade de ler?
Beijos
S.S Sarfati